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DiRT Showdown - Análise

Revisitar a destruição.

O género de jogos de corridas tem muito que se lhe diga. Muitas vezes a sensação de frustração é mal interpretada, considerada por muitos, os "outsiders", como algo de mau. Mas não é. E quem gosta do género, seja ele arcada ou simulação, sabe quão bom é ficarmos frustrados com algo no jogo, principalmente quando advém da nossa azelhice, ou como eu sempre chamo, "muito azar". Por esta razão foram muitas as vezes que os meus fieis companheiros na redação da Eurogamer Portugal ouviram frases do tipo "Como é possível?", "Que treta de jogo!", e o clássico "Que porcaria!". São no fundo frases de carinho. Estranho?

O estúdio Codemasters é um dos que mais acarinho. Posso dizer que sou fã dos seus jogos, e o meu gosto por jogos de corrida é partilhado pela própria evolução dos jogos de corrida do estúdio. Por esta razão foi com bom grado que recebi a notícia da mudança de nome para Codemasters Racing, revelando uma direção do estúdio para o caminho que sempre esteve envolvido, os jogos de corrida.

Bater de frente nas arenas não é uma boa ideia.
Se não formos ágeis o caos e destruição serão nossos amigos.

Por outro lado a Codemasters tem deixado um pouco de lado a simulação pela qual se caracterizou nos primeiros anos. Essa direção é vista na evolução dos jogos de Rally, nomeadamente na ausência do Colin McRae da praxe, em substituição de um DiRT que logo pelo nome revelou algo diferente. Se DiRT trouxe novas linhas condutoras ao género, então DiRT Showdown, o jogo do início de ano do estúdio que será lançado já amanhã, mexe ainda mais as bases tradicionais.

Existe um ténue sentimento na comunidade de jogadores de encararem DiRT Showdown como um spin-off, ou como um jogo para download nas respetivas lojas digitais. Mas não, DiRT Showdown é um jogo que estará à venda em formato físico, e apesar de ser um produto que merece estar ao lado de qualquer outro jogo de caixa, revela-se também ele um pouco como uma reciclagem de algo já visto em DiRT 3.

DiRT Showdown pega nos eventos de maior espetáculo de DiRT 3, refinando o seu fantástico motor de jogo (já lá vou), e fornece um dos jogos de corridas mais divertido dos últimos tempos. Um dos acrescentos neste Showdown são os confrontos em arenas, que não considero que sejam uma cópia do velhinho Destruction Derby, mas sim uma homenagem mais que merecida.

A Codemasters sabe melhor que ninguém que o divertimento e espetáculo são uma das componentes mais importantes na atualidade nos jogos arcada. O espetáculo visual que impressione é cada vez mais difícil de atingir pois a concorrência é feroz. Mas DiRT Showdown é um verdadeiro festim. Posso dizer que é um dos mais bonitos jogos que pude jogar recentemente. As cores, a beleza dos traçados, dos ambientes, dos efeitos especiais e som é algo invejável para qualquer outro estúdio. O motor de jogo EGO 2.0 faz verdadeiros milagres, levando-nos muitas vezes a questionar como é que o estúdio conseguiu entregar um produto tão sólido e eficaz, sem comprometer a jogabilidade, a velocidade e fluidez de jogo.

O formato de progressão é familiar aos que têm acompanhado DiRT. Temos diversos níveis ou eventos, que ficam desbloqueados consoante vamos vencendo ou ficando pelo menos no pódio. Ao todo temos quatro blocos de níveis. Pelo caminho temos provas de eliminação direta com tempo decrescente, os já mencionados confrontos de arena, que poderão variar em formato, a corrida com 8 jogadores, ou por exemplo a viciante, irritante e desesperante Gymkhana. Pelo caminho ainda temos as provas de 1 vs 1, sempre contra o "Ken do bloco", como carinhosamente lhe chamo. Estes confrontos revelaram-se sempre fáceis, muito diferentes por exemplo das Gymkhanas.

Em termos de ambientes podemos visitar zonas tais como a Baja, Los Angeles, Miami, Tóquio, Colorado, Nevada. Os circuitos são tudo menos chatos ou difíceis. A grande dificuldade estará em ficarmos em primeiro lugar, principalmente nas provas de eliminação e arena. Os nossos amigos da IA não perdoam e se gostas de atirar um corredor para fora da pista por lhe tocares levemente na traseira, o mesmo acontecerá a ti se não tiveres cuidado redobrado.

"A Codemasters conseguiu entregar um produto tão sólido e eficaz, sem comprometer a jogabilidade, a velocidade e fluidez de jogo."

As corridas em 8 são fantásticas.

Em DiRT Showdown não temos que nos preocupar muito com o carro. Podemos chegar ao fim com ele quase desfeito, desde que ande está tudo bem. Mas não pensem que é apenas um motor com rodas, pois não é. Os barris, objetos, muros, etc, farão estragos e poderão chegar ao ponto de terem que reiniciar o veículo. Nos modos de corrida direta isso raramente aconteceu, mas nas arenas isso será uma constante.

Gostava de falar em particular de dois modos de jogo. A arena é para mim um dos modos mais interessantes, quer online quer offline. Primeiro temos diversas arenas e diversos modos dentro da arena para ganharmos pontos, que é o que ditará o resultado final. Quantos mais estragos, mais pontos. Para sermos bem sucedidos temos que levar em conta o local do embate no carro, calcular bem contra quem estamos a bater e ter em atenção o nível de estragos de cada carro nesse preciso momento. Dar o golpe de misericórdia enviando desta para melhor um adversário dará a pontuação máxima.

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Dirt Showdown

PS3, Xbox 360, PC

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Sobre o Autor
Jorge Soares avatar

Jorge Soares

EG.pt Master of Puppets

Sempre ocupado e cheio de trabalho, é ele quem comanda e gere a Eurogamer Portugal. Queixa-se que raramente arranja tempo para jogar, mas quando está mesmo interessado num jogo, lá consegue arranjar uns minutos. Tem mau perder e arranja sempre alguma desculpa para a sua derrota, mas no fundo, é o que todos fazemos.

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