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Asura's Wrath - Análise

Um anime disfarçado de jogo.

A estória, em conjunto com as cenas de ação over-the-top, foi aquilo que mais me prendeu ao jogo. Asura's Wrath centra-se em Asura, um dos oito semideuses guerreiros que têm como função proteger Gaea (um planeta) dos Ghoma, inimigos criados por uma força impura que ameaça destruir tudo.

Como a guerra contra os Ghoma estava a demorar demasiado tempo, os outros semideuses decidiram raptar Mithra, a Priestess of Shinkoku, que consegue manipular livremente um força chamada Mantra, que aumenta o poder dos semideuses, e sugar todo o seu poder. Acontece que Mithra é a filha de Asura, que naturalmente fica revoltado e jura vingança (este é o motivo da sua raiva).

Vejam este trailer se quiserem conhecer a estória em maior detalhe.

Ao longo do jogo Asura vai então combater contra os outros deuses para os castigar por aquilo que fizeram a Mithra. A estória não é assim tão simples e é muito mais envolvente do que parece, mas para evitar spoilers convém parar por aqui com os detalhes. Apesar de toda a sua fúria, orgulho e arrogância, simpatizei de imediato com Asura e com a sua causa. É uma personagem rebelde e badass. Mesmo quando perde os seus dois braços, continua a lutar e com uma vontade enorme de combater. E quando se enerva, em vez de dois, fica com seis braços. Se gostam de ação, é impossível não gostar de Asura, porque nunca antes se viu uma personagem com tanta vontade de combater.

As outras personagens (que na maioria são os outros semideuses) são igualmente espetaculares. O design de cada uma é particularmente espetacular e transpiram a anime. Qualquer uma delas poderia ter o seu próprio jogo, pois carisma não lhes falta. O potencial de Asura's Wrath é elevado e pode muito bem ter continuidade no futuro, tanto em formato de videojogo ou anime. O final do jogo é deixado em aberto, com um enigmático "To be continued".

A Capcom já anunciou episódios extra, notícia que não foi muito bem recebida pelos jogadores. Por essa razão, quero desde já esclarecer que não senti que o jogo esteja incompleto e que faltem episódios pelo meio. Esta questão dos episódios extra também levou os jogadores a questionar a longevidade do jogo. Para ser sincero, não sei ao certo quanto tempo demorei a concluir Asura's Wrath. Mas não senti que o jogo fosse curto, a longevidade pareceu-me ideal para o tipo de jogo.

Depois de concluírem, não há muito mais para fazer. A CyberConnect desafia-nos a completar todos os episódios com ranking "S", dizendo que só assim é que tudo será desbloqueado.

Na maioria das vezes, Asura's Wrath é um jogo incrivelmente bem executado, mas existem partes de menos qualidade. De vez em quando, somos colocados em secções on-rail em que temos de disparar contra asteroides ou naves espaciais que são completamente aborrecidas e não chegam sequer aos calcanhares da outras secções. Outras falhas menores que encontrarão ao longo desta aventura são a sincronização labial, quebras de framerate e design do som fraco (as explosões não têm o impacto que deveriam ter). Porém, a banda sonora é qualquer coisa de especial, expressando mais uma vez a proximidade que o jogo tem com os anime.

Com uma direção artística semelhante a um anime, mas ao mesmo tempo única, há um grande benefício para o departamento visual. Baseando-se no budismo, a mesma inspiração de animes como Dragon Ball (daí algumas semelhantes), a CyberConnect2 conseguiu criar um universo belo e riquíssimo que poucos jogos se dão ao luxo de ter. No meio desta arte espetacular, existe uma mancha - os Ghoma. O seu design é fraco quando comparado com os semideuses e não parecem encaixar de forma alguma no resto do jogo. Os Ghoma são uma parte do jogo e essenciais no enredo, mas ainda bem que só aparecem de vez em quando.

É fácil ficar seduzidos por Asura's Wrath. De facto, esta criação da CyberConnect2 tem coisas fenomenais - uma arte fantástica, lutas com bosses épicas e uma estória envolvente a acompanhar. E há ainda o botão "Rage", que só por carregar nele proporciona uma sensação magnifica de poder. Mas não consigo deixar de olhar para as referências do género e notar que esses títulos conseguiram proporcionar um combate fantástico sem recorrer constantemente aos quick time events. Asura's Wrath é uma experiência fantástica, mas para desfrutarem dele terão que deixar o comando de lado demasiadas vezes, e isso é algo a que nem todos estão dispostos e que põe em causa o conceito de videojogo. Asura's Wrath não é um jogo disfarçado de anime, mas precisamente o contrário.

7 / 10

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In this article

Asura's Wrath

PS3, Xbox 360

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Sobre o Autor
Jorge Loureiro avatar

Jorge Loureiro

Editor

É o editor do Eurogamer Portugal e supervisiona todos os conteúdos publicados diariamente, mas faz um pouco de tudo, desde notícias, análises a vídeos para o nosso canal do Youtube. Gosta de experimentar todo o tipo de jogos, mas prefere acção, mundos abertos e jogos online com longa longevidade.

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