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Uncharted: Golden Abyss - Análise

Uma entrada de ouro na PlayStation Vita.

O jogo tem imensos, mas mesmo imensos objetivos e segredos para serem cumpridos e descobertos. Não se resume apenas aos troféus e tesouros, mas agora temos os decalques, temos determinados acessórios e objetos para descobrir e ainda as referidas fotos, em locais específicos com um zoom especifico. Se jogarmos em linha reta, muitos destes objetivos ou mistérios serão perdidos. Será obrigatório jogar novamente para completar tudo. Por exemplo, os tesouros desta vez não são muito fáceis de encontrar. Alguns estão à mão de semear, mas outros teremos que estar atentos a zonas mais longínquas, como por exemplo ter que aceder a uma gruta, descendo imenso e ainda caminhar dentro da gruta para apenas apanhar um tesouro.

O estúdio até criou algo super interessante, "O Mercado Negro", que mereceu uma opção própria, onde podemos partilhar objetos, cartas, moedas e pedras precisas com outros jogadores recorrendo à funcionalidade Near. Como ainda não tenho nenhuma pessoa perto para partilhar, tenho aqui muitas reservas, por isso já sabem. Estou aberto para o negócio.

O analógico direito é uma das enormes mais valias a jogos na terceira pessoa. Desta forma joga-se e sente-se como estando a jogar um Uncharted na PS3. Em nada é perdido na jogabilidade. Desde podermos mirar usando o sensores de movimentos, ou apenas com o analógico, tudo é muito natural. Aliás, por exemplo, com a Sniper, é muito mais fácil mirar com a consola, muito mais preciso. Podemos também atirar granadas por apenas selecionarmos com o dedo e enviar para o local especifico. Tudo bastante simples e intuitivo. Ainda temos algumas opões de algo aproximado com a realidade aumentada. Por exemplo, para descobrir umas letras numa manuscrito antigo temos que literalmente apontar a PS Vita para uma luz forte, para que possamos ler as palavras escondidas e apenas vistas à luz. São pormenores deliciosos que trazem uma nova forma de jogar a Uncharted.

15 minutos de jogo.

A esta altura muitos deverão estar a perguntar-se. "E o aspeto gráfico e sonoplastia?" Penso que nenhum jogador estaria à espera de ver um Uncharted da PS3 fielmente retratado na PlayStation Vita a nível gráfico. Pondo esta questão de lado, Uncharted: Golden Abyss é certamente um dos melhores jogos que já joguei numa portátil a este aspeto. O jogo causa em algumas ocasiões um certo espanto, nomeadamente quando retrata os efeitos das água e as cascatas. Existem determinadas texturas, falta de AA e algumas quedas do frame-rate quando estamos perante imensas coisas a ocorrer no ecrã, principalmente quando estão muitos inimigos a disparar e explosões. Mas nada que estrague a pintura. Os efeitos de luz estão também muito bem conseguidos, embora se note em algumas ocasiões nos ambientes mais longínquos que houve um trabalhar de texturas com efeitos de luz, para poder criar uma ilusão de luz dinâmica.

A nível de sonoplastia, terão que usar uns auscultadores para tirarem todo partido do que foi criado. Desde a uma fantástica banda sonora, às vozes (todas localizadas para português, conforme as originais da série), tudo está muito bem recriado. Aliás, não é só neste jogo que devemos usar uns auscultadores. O som vindo das colunas da PS Vita não fazem justiça ao que foi criado de raiz. Fica a dica.

Por fim temos a jogabilidade, que em tudo é parecida com a da PS3. Aqui muitos poderão ficar divididos. É no fundo um Uncharted, com tudo de bom e mau que tem. Irão saltar muito, escalar imenso e com muitas, senão demasiadas, cenas scriptadas que já adivinhamos que irão acontecer. "Aí que vou cair", "A Sério?" Neste ponto julgo que existe um exagero, e igual a qualquer outro Uncharted não existe um real desafio nas secções de escalada, saltos ou afins. Aliás, o próprio Drake e Chase gozam com isso. "Pareces que andaste num circo", é uma das tiradas. Este aspeto é ainda mais facilitado quando podemos usar o ecrã sensível ao toque para selecionarmos as zonas que queremos que Drake vá, e ele faz isso automaticamente.

O enredo, longe de desapontar, não traz nada de novo à série e julgo que é o que menos abona a favor do jogo. Com isto não quero dizer que estamos perante uma aberração, longe disso, mas mantém-se demasiado ligado à série, trazendo imensos clichés já vistos e revistos em três jogos de Uncharted na PlayStaton 3. Aliás, dei por mim muitas vezes adivinhar como as coisas iriam decorrer. O enredo é salvo devido ao bom desempenho das capturas de movimentos e das linhas de diálogo, que são credíveis, sérios muitas vezes e sem cair em erros preconcebidos.

Uma das lacunas em Uncharted: Golden Abyss é a sua falta de qualquer modo multijogador. O jogo poderá receber no futuro algum tipo de modos multijogador, mas diferente dos jogos da PlayStation 3, para já não temos nada. É algo que ainda elevaria mais a horas de jogo, pois não sendo um jogo pequeno e tendo muito para fazer em termos de objetivos e segredos guardados, os modos multijogador são quase obrigatórios na atualidade.

Em resumo, Uncharted: Golden Abyss é O JOGO que têm que adquirir com uma PlayStation Vita. É um produto sólido para todos, fãs e não fãs da série. Dá uma visão extremamente fiel à série, agora em termos portáteis. Para além disso, faz uso contextual de todas as funcionalidades da PS Vita, sendo um jogo que iremos certamente mostrar a amigos e causar inveja a quem não o tem. É um Uncharted, com o bom e mau que isso significa, mas que tem o dom de abrir com chave de ouro os primeiros jogos da PlayStation Vita.

8 / 10

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Uncharted: Golden Abyss

PlayStation Vita

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Jorge Soares avatar

Jorge Soares

EG.pt Master of Puppets

Sempre ocupado e cheio de trabalho, é ele quem comanda e gere a Eurogamer Portugal. Queixa-se que raramente arranja tempo para jogar, mas quando está mesmo interessado num jogo, lá consegue arranjar uns minutos. Tem mau perder e arranja sempre alguma desculpa para a sua derrota, mas no fundo, é o que todos fazemos.

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