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Crush 3D: With Another Dimension - Análise

2D ou 3D, Crush decide.

O segredo do jogo está na perspetiva e começarão por lidar bem com isso logo nos primeiros níveis. Estes revelam-se simples mas altamente aditivos e engenhosos graças à mecânica Crush. O jogador descobrirá que para lá de rodar a perspetiva em 3D pode colocar a câmara de cima para baixo. Se nesse momento fizerem crush, as plataformas que em 3D estavam afastadas em altura, ficam no mesmo plano, abrindo caminho a que Danny possa passar de um lado para o outro, o que significa que ao passar para o 3D estarão já numa zona mais alta sem que tenham ter saltado. Nice, não?

Os truques de perspetiva funcionam bem, mas também implicam que o jogador passe muito do tempo a manobrar perspetivas (rodando a câmara através do d-pad) enquanto faz Crush para atribuir validade a uma possível saída. É que nem sempre a perspetiva em 2D permite que a personagem possa subir até determinado local da construção. Depois há os blocos que permitem que a personagem se conserve na passagem para o 2D, enquanto que outros a esmagam, inviabilizando a sua deslocação e posterior passagem para o 3D.

Cada puzzle é uma corrida (mais tarde poderão percorrer os mesmos desafios mas em contra-relógio) e simultaneamente uma descoberta. Antes de abrir a porta de saída da construção flutuante, Danny deverá recolher pelo menos metade das "marbles" disponíveis. Estas são como que valores monetários. Há marbles de diversas cores. As vermelhas valem, por exemplo, 10 pontos e estão colocadas em pontos difíceis de aceder. Para lá das marbles há outros extras distribuídos pela construção como o troféu e as memorias. Estas últimas servem de bónus. Na prática, há bastantes colecionáveis pela construção e chegar a todos exigirá uma árdua tarefa.

Ainda nas primeiras horas de jogo, o jogador ficará a saber que há condicionantes e objectos que podem ser manobrados para atingir uma plataforma mais distante. Entre as condicionantes estão os "nightmares". Importa ressalvar que o plano virtual é a mente de Danny. Coisas como "blockwalkers", "cockroaches" e "slugs" invadiram as construções e implicam quase sempre uma interação, podendo ser atirados para fora ou então esmagados através do "crush". Por outro lado há bolas que permitem a Danny chegar até perto de plataformas, latas de bebidas refrescantes e octágonos que em 2D se transformam em peças amovíveis fantasma, como sucede com os blocos brancos. Por fim, há também os botões. As diferentes cores indicam os atributos e finalidades para ativar mecanismos como, roldanas, portas e plataformas. A coisa fica bem complexa.

Por aqui se vê que a partir de certa altura a "crushland" atinge níveis verdadeiramente impressionantes. Alguns desafios serão altamente exigentes em virtude da sua densidade e neste caso, enormes construções e problemas não são sinónimo de tanto prazer. O encanto das primeiras horas de jogo fica algo diluído, implicando que haja uma desmesurada insistência no Crush e no manuseio da câmara de modo a encontrar a saída. A articulação entre os elementos do gameplay funciona melhor em construções relativamente moderadas, ainda que tenham à disposição um conjunto de dicas que apontam para o que devem mexer em ordem a progredir. A contrapartida disto é ficarem ficam impossibilitados de chegar ao "perfect score".

A dimensão 3D acrescentada a Crush funciona bem em termos conceptuais e design. Basta desligar o efeito 3D na consola para se perceber que as construções ficam mais simples. Além disso, o 3D confere a profundidade desejável para descobrir o puzzle. Isso é bem notório quando apertam o botão R e usando o analógico rodam em torno do mundo de plataformas virtuais por onde anda Danny. Os novos visuais para a 3DS resultam bem. Apesar de menos psicadélico que na versão PSP, Crush 3D oscila entre o minimalismo e a necessária composição das plataformas. Uma apresentação estética que desta vez surge limpa e organizada. Em termos musicais a banda sonora cumpre bem a sua função sendo agradável e pouco aborrecida apesar de poderem jogar por longos períodos.

Crush 3D Another Dimension é uma boa adaptação para a Nintendo 3DS do original lançado em 2007 para a PSP. A dimensão 3D dá-lhe um particular destaque e torna a experiência ainda melhor, já que possibilita uma rápida e boa perceção de profundidade das plataformas. Sendo esse o segredo e o "twist" do gameplay - manobrar a perspetiva e transitar constantemente entre 2D e 3D -, este jogo merece toda a vossa atenção se quiserem puxar pela cabeça em matéria de puzzles e plataformas. Em determinadas fases é mais denso do que subtil, mais tenebroso e menos gratificante, mas não é por aí que terão problemas. A mente de Danny esconde coisas interessantes e será um prazer descobrir a "crushland" e como podem resolver os puzzles.

8 / 10

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