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Shinobi - Análise

"Este é o meu estilo ninja".

Nunca percebi muito bem o porquê dos ninjas terem passado de moda, pelo menos o estilo clássico dos ninja. Quando era criança era uma loucura, no carnaval viam-se imensos disfarces de ninja, na televisão passavam filmes sobre ninjas a toda a hora, e de todos os tipos. Havia o ninja branco, o preto, o vermelho, e até o ninja americano. Ainda que este fosse um bocado enfim, Americano. No topo de tudo isto, ainda havia Shinobi. O clássico sidecroller da Sega, que no auge da sua popularidade se tornou numa das imagens de marca da empresa.

A estória nunca foi particularmente importante nos jogos de Shinobi. Aposto mesmo que a maioria dos jogadores nem conhece o verdadeiro nome do protagonista original, Joe Musashi, ou o que o motivava. O importante era personificarmos um ninja com um aspeto "badass", que distribuía porrada em qualquer coisa que se atravessasse no caminho. Com mecânicas e controles simples, mas no geral muito pouco tolerantes ao erro, os níveis exigiam imensas repetições até que conseguíssemos ultrapassar todos os obstáculos de forma mecânica. Por outras palavras, Shinobi é tradicionalmente um jogo difícil, não ao nível absurdo de Mega-Man, mas difícil a um nível que já não é habitual nos dias de hoje.

É frequente andar pendurado em tudo.

O primeiro jogo foi lançado nas máquinas arcade em 1987, versão que acabaria por ser adaptada mais tarde para NES, Master System e Commodore 64. Em Portugal, a franquia conheceu o maior sucesso com o título The Revenge of Shinobi para a Mega Drive, mas também numa versão muito similar para a portátil Game Gear, conhecida apenas como Shinobi. Esta novíssima versão para a Nintendo 3DS foi produzida pela Criptonite Games, um estúdio especializado em jogos para aparelhos portáteis. A escolha do nome (apenas Shinobi) revela a opção dos produtores em revisitar por completo a fórmula que trouxe sucesso à série. O jogo mantém as características tradicionais, misturando a ação em "sidescroll" da esquerda para a direita, com algumas secções de plataformas ao bom estilo ninja.

É impossível julgar a qualidade deste título sem falar da dificuldade. Existem quatro níveis diferentes para escolher (beginner, normal, hard, very hard), mas as diferenças resumem-se quase exclusivamente ao número de vidas disponíveis. Mesmo no modo iniciante (beginner), os inimigos não nos dão descanso e obrigando-nos a decorar as diferentes secções, depois de várias mortes em tentativas frustradas. Assim, a experiência com o jogo poderá alternar entre o agradavelmente desafiante e o demasiado frustrante, dependendo dos gostos/paciência do jogador. Uma nota, continua a ser tremendamente gratificante quando ultrapassamos uma área onde temos que temporizar vários bloqueios, saltos e ataques, de uma forma que pensávamos não ser possível quando tentamos as primeiras vezes.

Ainda assim, importa referir que a maior parte da dificuldade em Shinobi se encontra no campo da execução. Isto significa que a maioria dos objetivos requerem coisas como uma correta temporização, capacidade de reação, escolha das habilidades em segundos, e por ai fora. Basicamente coisas que surgem mecanicamente após algumas repetições. Raramente são apresentadas múltiplas formas de o jogador enfrentar determinado problema, e o colocam a ponderar sobre as suas opções. É normal um jogo deste género se concentrar em obstáculos de execução, mas Shinobi é demasiado linear, e nos dias de hoje os jogadores exigem mais profundidade.

Esta senhora não imagina com quem se está a meter.

Joguei no modo de dificuldade normal, e sinceramente o nível de entrada pareceu-me demasiado elevado. Claro que não há nenhum problema com um jogo exigente, alguns dirão que é para um público mais experiente. A questão é que esta exigência deve ser justa, ou seja, o jogador deve ser recompensado pela sua habilidade, mas ao mesmo tempo não deve ficar alheado do conteúdo. Mesmo em modo de dificuldade normal, é tudo ou nada, ficamos sem vidas, toca a começar de novo um nível de quinze minutos. Pareceu-me demasiado para um formato portátil. Para atenuar o exigente nível de entrada, o jogo inclui um pequeno tutorial em texto que explica a interface do jogo, os golpes, e os itens que podemos apanhar durante os níveis (dojo).

Controlamos Jiro Musashi, pai do Shinobi original, com o objetivo inicial de defender uma pequena vila Japonesa, que fora vítima de um ataque misterioso. Todos os golpes clássicos de Shinobi estão disponíveis, podemos atirar pequenas facas (Kunai), executar rápidos combos com a espada, efetuar saltos duplos, utilizar um gancho para aceder a plataformas altas, e até podemos bloquear os ataques dos inimigos, com um rápido pressionar da tecla R na altura certa. É aconselhável que pratiquem imenso o "timing" para bloquear nos primeiros níveis, caso contrário os cenários mais avançados serão especialmente frustrantes. É um sistema que pune qualquer ligeira distração, mas que premeia a capacidade do jogador temporizar os bloqueios, já que não existe nada que Jiro não seja capaz de bloquear.

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Shinobi 3DS

PS2, Nintendo 3DS

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Aníbal Gonçalves avatar

Aníbal Gonçalves

Redator

MMOs e RPG são com o Aníbal. Aliás existe um rumor na redação que a sua primeira casa é o World of Warcraft. Mas às vezes também o vemos a fazer uns exercícios. Não é mau de todo.
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