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The Book of Unwritten Tales - Análise

Brilhante sopa de clichés.

A King Art, responsável por este The Book of Unwritten Tales, é uma pequena produtora independente, mas bastante bem sucedida na Alemanha, o seu país de origem. Este é o segundo jogo de aventura que analiso este ano, e também o segundo que sai diretamente do mercado Alemão. Sendo uma produtora independente, o jogo não possui toda uma máquina de marketing, e tem que se contentar com um orçamento mais modesto. Mas isso é apenas mais um motivo de louvor para esta aventura no verdadeiro sentido da palavra.

O termo aventura é hoje em dia utilizado de uma forma generalizada, abrangendo vários tipos de jogos, mas nem sempre foi assim. Em tempos, este termo era utilizado para designar um género muito específico, centrado na componente narrativa e na resolução de puzzles, com a navegação a funcionar num estilo "point and click". Atualmente, para caracterizar este tipo de jogos, utiliza-se mais definições como aventura gráfica, ou aventura visual, muito porque os cenários são estáticos, mas definem em si o próprio gameplay do jogo.

Ivodora e Wilbor perante Munkus.

Este género de jogos faz-me lembrar imediatamente clássicos como Myst, Discworld ou Broken Sword, todos eles verdadeiras referências que marcaram o género, que viveu a sua época de ouro entre os anos 80 e 90. The Book of Unwritten Tales é uma verdadeira homenagem à história da fantasia, não só dos videojogos, como de toda a cultura em geral. Existem referências a obras fantásticas celebrizadas em livros, filmes, jogos de cartas, videojogos, todas utilizadas de uma forma inteligente e sinceramente divertida, mas já lá vamos.

O jogo apresenta-se através de um pequeno segmento estilo tutorial, que nos apresenta o arqueólogo Mortimer MacGuffin, um "gremlin" muito semelhante a Yoda, que descobre um livro com informação acerca da localização de um poderoso artefacto chamado "Artifact of Divine Power" (artefacto do poder divino), e que de alguma forma pode ser decisivo para acabar com uma terrível guerra, que decorre entre a aliança (Alliance) e o exército das sombras (Army of Shadows). Depois de descobrir esta informação no livro, Mortimer é confrontado, e depois capturado pelo orc Munkus, filho da Arch-witch Mortroga, a principal antagonista do jogo.

Este primeiro segmento desenvolve-se até chegarmos às costas de um dragão cor-de-rosa, utilizado como meio de transporte para levar o prisioneiro Mortimer até à feiticeira mãe. Durante a viagem, jogamos com a nossa primeira protagonista, a Elf Ivodora. Depois de vários eventos que ajudam a familiarizar o jogador com os controlos do jogo, Ivodora fica encarregue de recuperar o livro de Mortimer, que tinha ficado escondido em sua casa, e que contém informação que não pode chegar às mãos de Mortroga.

Palácio de Mortroga

A interface funciona no estilo point and click clássico deste tipo de jogos de aventura, onde nos movimentamos de cenário em cenário, enquanto clicamos em tudo que seja suspeito. Podemos rapidamente ver quais os elementos com que podemos interagir em cada cenário, carregando na barra de espaço (space). Nos capítulos maiores temos acesso a um mapa que nos permite ainda viajar rapidamente entre os vários cenários. Estes elementos acrescentam conveniência, para que passemos mais tempo a resolver os puzzles, do que a procurar os puzzles, se é que me entendem.

Quando disse que o jogo estava carregado de referências a outras obras de fantasia, não estava a brincar. O nosso segundo protagonista, o gnomo Wilbur Weathervane é um bom exemplo disto. Vive com um anão que passa a vida a fermentar cerveja, numa fortaleza construída no interior de uma montanha. Tem uma vocação natural para "coisas eletrónicas", e tenciona tornar-se um grande mago. Onde é que já vimos isto?

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Aníbal Gonçalves

Redator

MMOs e RPG são com o Aníbal. Aliás existe um rumor na redação que a sua primeira casa é o World of Warcraft. Mas às vezes também o vemos a fazer uns exercícios. Não é mau de todo.

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