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Rayman Origins - Análise

Pintado de fresco.

Rayman Origins é uma rica surpresa. Oriundo da mente de Michel Ancel e dos estúdios franceses da Ubisoft Montpellier, recupera a velha temática das plataformas de acção em duas dimensões. Um género que nos tempos mais recentes perdeu destaque para as grandes produções em 3D, reservando-se para as plataformas virtuais dos actuais sistemas domésticos, servindo como trampolim dos estúdios independentes e indie. Como quem não tem cão caça com gato, é recorrente encontrar estúdios que não querem trabalho mais fácil graças aos motores 3D. Com a imaginação necessária para criar algo que exerça um poder de atracção foi assim que a PlayDead construiu Limbo. Tarefa complexa por vezes, são autênticos trabalhos de labor e dedicação que estão na base de muitos jogos da cena indie, onde já encontrámos Braid. Mas de Michel Ancel e da Ubisoft já sabemos que intenção é outra, ou melhor, sabemos o que esperar, não fosse este um dos mais prestigiados criadores europeus que já deu importantes contributos (nem sempre bem sucedidos comercialmente) com Beyond Good & Evil, porque não King Kong (o jogo oficial do filme) e , claro está, Rayman, saído em meados dos anos noventa.

Apesar das dificuldades em erguer devidamente Beyond Good & Evil, Ancel detém um espaço favorável na indústria e na bem protegida Ubisoft, de modo que a chegada de Rayman Origins sob a sua assinatura confirma as intenções do produtor em fazer um produto dotado dos elementos essenciais para agarrar uma nova corrente de fãs A diferença nesta produção está no seu aspecto inesperado e contra-corrente. Ver o programador voltar-se para o 2D, trabalhando cada pixel e sprite com ferramentas e mecanismos altamente árduos pode parecer paradoxal para os tempos que correm. Basta considerar a situação de quase escravatura da equipa que trabalha em King of Fighters XIII, um jogo que usa e abusa de pixéis e sprites para causar belos efeitos. Os jogadores nem imaginam o processo que está por detrás daquele resultado É todo um trabalho "feito à mão", exigente sendo a razão porque a maioria dos produtores torce o nariz ao estilo, preferindo desenvolver através de motores gráficos tridimensionais.

Não obstante o ciclo de produção na ordem dos dois anos para Rayman Origins a equipa de Michel Ancel está de parabéns - mais uma vez -, pelo que não será descabido se no final do ano e na atribuição dos galardões, a Ubisoft Montpellier levar para os escritórios um novíssimo troféu. E basta compulsar o outro lado da barricada, junto dos utilizadores, para se concluir que este jogo caiu nas boas graças dos fãs da série, entusiastas do 2D, amantes de plataformas e adeptos de videojogos em geral. Basta uns minutos diante de Rayman Origins para se ficar envolvido de imediato pelo apelativo e voraz grafismo 2D, preenchido por fundos, tons de cores e estilo que tocam referências da animação como estúdios Ghibli, a Dysney, passando pelos antigos Metal Slug desenvolvidos para a Neo Geo AES.

Um prazer para a vista

Rayman Origins é um produto que põe muita atenção no detalhe e nos temas que suportam os mundos que o jogador irá percorrer aos saltinhos. Quando se entra no "gameplay" o jogo bem cedo engata a sexta velocidade e gera um grau de satisfação intocável, prolongadamente, antes de atingir os limites e roçar alguns processos rotineiros que o impedem de arrecadar o "perfect score". Não obstante e vendo tudo o que se ganhou e percorreu é impossível para qualquer jogador não sentir uma emoção e fascínio genuínos pelo aspecto artístico e mecânico da obra. É também uma dádiva do produtor para todas as plataformas; Xbox 360, Wii e PS3. Prega uma partida aos utilizadores exclusivos do PC, embora não seja de rejeitar a transição para a plataforma daqui por alguns meses.

A demonstração disponibilizada há um par de semanas está no topo da popularidade, gerando uma onda de entusiasmo e revivalismo pelas plataformas que deixa a Nintendo e as suas franquias como New Super Mario Bros ou então Donkey Kong Returns com um rival de peso. Com tão boas alternativas é um momento saudável e uma oportunidade única para voltar a um género esfuziante. A frescura, simplicidade e acessibilidade em Rayman Origins são alguns adjectivos que me ocorrem para qualificar este escape aos jogos comuns e reciclados que tendem a preencher esta especial divisão do ano. Com influências claras de jogos como Mario Bros, uns pozinhos de Sonic the Hedgehog, Donkey Kong Country e até Metal Slug, consegue surpreender pela dinâmica e apelos constantes, criando algumas ilusões de óptica no utilizador graças à transição entre os fundos.

Em termos de argumento, o jogo remete-nos, tal como o nome indica, para a origem da série e sobre o ataque encetado contra os Darktoons que invadiram o Glade of Dreams, onde habita o nosso protagonista juntamente com outros camaradas que poderão ser convocados para o modo co-operativo até 4 jogadores. Engraçado é saber que este ataque perpetrado pelos Darktoons aconteceu porque a banda de amigos de Rayman, enquanto descansava, ressonava e causava barulho no sub-mundo habitado pelos tais Darktoons. Incomodados pelo constante ruído e perturbação do seu descanso, estes diabretes com a paciência esgotada irrompem pelo Glade of Dreams, raptam as Nymphs enquanto prendem os Electoons em jaulas. A partir daí instala-se uma demanda que irá proporcionar horas de puro prazer jogável e audiovisual.

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Rayman Origins

PS3, Xbox 360, PlayStation Vita, Nintendo Wii, PC, Nintendo 3DS

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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