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Xenoblade Chronicles

O regresso de Takahashi aos épicos.

Este ataque é particularmente útil uma vez que congela a ação e atribui todo o tempo do mundo ao jogador para iniciar um ataque em cadeia. A partir deste momento todas as artes (golpes especiais) que estavam em arrefecimento voltam a estar disponíveis, sendo esta a oportunidade ideal para Shulk efetuar um break lateral, dar a possibilidade a Reyn de conseguir um "topple" - que essencialmente derruba o inimigo. Se os golpes forem bem sucedidos e a party estiver lançada pode ocorrer uma segunda vaga do ataque em cadeia, que é a oportunidade ideal para Shulk fazer "daze" ao inimigo.

Normalmente os colegas defendem-se bem e atacam da forma mais conveniente enquanto controlamos apenas um elemento da party. Por usar a Monado, Shulk será uma personagem privilegiada, já que esta espada antecipa alguns momentos do que irá acontecer, como golpes letais dos inimigos. Deverá assim proteger os camaradas e a si mesmo, dispondo de um pequeno tempo para acabar com a ameaça ou criar um escudo de proteção através da Monado que desvie o rumo dos acontecimentos.

Os pontos de experiência ganhos em batalhas assim como na exploração do terreno são imprescindíveis para subir de nível. Enquanto que isso se processa automaticamente a aprendizagem de novas "arts" e golpes especiais depende das escolhas, podendo melhorar determinados atributos em detrimento de outros.

Gaur Plain, a primeira grande secção

Interessante é o processo de criação de gemas. Depois de fabricadas podem ser adicionadas ao equipamento selecionado, aumentando as características em diversos pontos. As gemas podem ser obtidas como bónus ao completar as sidequests, mas também podem fabricadas em locais específicos, como é o caso da fornalha, sendo necessárias duas personagens para as produzir. Os ingredientes imprescindíveis são o "ether", um recurso abundante em Bionis e uma vez conjugados certos elementos podem obter uma gema mais valiosa.

A collectopaedia é uma forma muito aprazível de organizar objetos raros e comuns de uma determinada região. Estes objetos estão espalhados pelo terreno e estão envoltos numa luz azul. Mais uma vez o jogador sai recompensado pela exploração que faz do terreno, colhendo bónus e vantagens por cada vez que completa a caderneta de uma área.

Já devem ter percebido por esta altura que Xenoblade é imenso. O começo é algo complexo com todas estas regras. Para facilitar o processo de adaptação os produtores incluíram um útil e vasto conjunto de explicações sobre as regras elementares para cada fase. Desde técnicas de combate das personagens até dicas, tudo pode ser consultado. Entre cinco a dez horas ficarão familiarizados com o "gameplay".

Inimigos misteriosos.

A partir daí sentem como é proveitosa a conjugação entre missão principal e side quests (uma espécie de Monster Hunter). Ficarão com a certeza de que Xenoblade é um jogo que premeia e incentiva o jogador a descobrir o mundo. Não está limitado a proporcionar algo que seja admirável e imponente mas que possa ser desbravado e esmiuçado até à última, lançando inúmeros desafios completados através de um sistema e batalha altamente eficaz e cativante. Como se não bastasse este bom número de riquezas há ainda a banda sonora, mais um contributo de peso neste somatório de qualidades de Xenoblade. Da autoria de Yoko Shimomura, Manami Kiyota e do grupo ACE (Tomori Kudo, Chico e Kenji Hiramatsu), há músicas para todos os momentos, e de todos os géneros, desde ritmos mais vibrantes e rifs de guitarra para as grandes batalhas, até melodias leves, ritmos que cabem como luva nos "plots" fabricados por Takahashi. Xenogears foi notável nessa conjugação e Xenoblade não lhe fica atrás, até pelo contrário. O ecrã de start é uma boa forma para atestarem essa envolvência antes mesmo de entrarem no jogo. Boa nota para as vozes das personagens, especialmente em inglês, com interpretações vivas e moldadas ao espírito e fito das personagens. Pessoalmente continuo a preferir as vozes em japonês, talvez pela origem da obra e pela secura da locução bem típica dos japoneses.

Em termos de longevidade estamos perante o jogo mais comprido de Tetsuya Takahashi. Entre side quests e demandas principais não fiquem surpreendidos se o relógio passar das 100 horas. É obra. Se estiverem dispostos basta hastear as velas e partir. É claro que nessa contabilidade entra muito tempo perdido a procurar pelos monstros das side quests e muitos deles só aparecem a certas horas do dia, pelo que a tarefa pode ser bem mais demorada do que se julga. De resto Xenoblade falha em pouco. Digamos que o grafismo ancorado na geração passada será o ponto negativo do jogo, especialmente quando posto em confronto com as propostas similares para as consolas da atual geração. Porém, a ausência da imagem em alta definição é compensada pela pertinente direção artística, paisagens e por esse mundo expansivo, criativo, vivo e dinâmico. Baús de surpresas. Xenoblade é uma corrente de ar fresco, um final de dia dourado, uma brisa envolvente. Um jogo belo e marcante que injeta novo ânimo no género. Se procuram o jrpg da geração, acabaram de o encontrar.

9 / 10

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