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Solatorobo: Red The Hunter

Castelos nos céus.

Assim de uma penada já passaram sete anos desde o anúncio da NDS (em Janeiro de 2004), máquina que foi lançada em Novembro desse ano no Japão. Muitas pessoas ligadas à indústria definiram a investida como um "duplo risco" e com a rival Sony a preparar a PSP, poucos acreditavam nas hipóteses de sucesso desta portátil, pelo menos à semelhança do domínio ditado pelo GameBoy. E, na verdade, durante os primeiros meses ainda pairaram dúvidas sobre o desempenho da portátil de ecrã táctil, um pouco à semelhança da situação com que se confronta a 3DS.

Contudo, a entrada do modelo Lite em 2007 – como resposta à crescente procura e interesse pelo modelo e por forma a torná-lo mais atractivo e evoluído - chegou no momento certo e ainda é por força da velocidade cruzeiro atingida nessa altura que, mesmo tantos anos passados, continuam a chegar propostas tão valiosas e distintas como é Solatorobo: Red The Hunter, saído da CyberConnect 2 (Namco Bandai) e distribuído pela Nintendo para a Europa. O único problema que obras deste género enfrentam é o desconhecimento do grande público.

A Nintendo DS é titular de uma das mais respeitadas listas de software, coleccionando obras de indiscutível valor e com géneros de vária ordem. Por ela já passaram as grandes séries da casa, investidas numa nova forma de interacção e também ganharam ascensão mediática novas franquias, hoje detentoras de um firme estatuto na indústria, mencionando a título de exemplo; Ouendan, Phoenix Wright, Ghost Trick, Inazuma Eleven, entre outros.

Voando para casa.

É certo que boa parte desse trabalho foi motivado por força de estúdios nipónicos, oriundos de um país que promoveu a portátil até não mais poder. E como resultado desse crescimento, mesmo transitados sete anos, continuam a chegar propostas à margem dos grandes circuitos comerciais e das reedições anuais, com o propósito de beber algum desse sucesso. E é isso que sucede com Solatorobo: Red the Hunter, uma proposta que deverá agradar aos fãs de aventuras sob a forma de um jogo de role-play de acção.

Este jogo da CyberConnect 2 é uma reconstrução do antigo Tail Concerto, um role play de acção em 3D lançado para a Playstation em 1999. Solatorobo posiciona-se como sucessor espiritual mas afasta-se o suficiente, não só no argumento, mas também no traço das personagens e na composição dos cenários cujo alcance está bem mais interessante.

Um dos atractivos que vão começar por descobrir no jogo é a presença de sequências animadas, trabalho que ficou a cargo de um dos reputados estúdios japoneses de animação, a Madhouse ( promotora de animes como Death Note, Perfect Blue, Trigun), cuja integração contribui firmemente para aclarar o argumento e estabelecer melhor empatia com as personagens, possibilitando uma boa transição entre argumento e jogabilidade.

Red diz, Red cumpre.

De resto, esta aventura assente tons de fantasia e acção leva-nos a assumir o papel de Red Savarin, um adolescente cão antropormófico que adora mascar um osso e que forma com o robô Dahak uma dupla inseparável. Caçador de prémios, não rejeita um bom trabalho, de que tipo for, para aumentar o seu "ranking" e obter dinheiro para comprar novas peças para a monta. Red faz parte da raça dos Caninus que habita juntamente com os Felinekus na República Sheperd, um belo arquipélago flutuante com traços paradisíacos. Precisamente para viajar entre as diferentes ilhas, Red faz uso da Asmodeus uma sui géneris nave comandada pela irmã adoptada Chocolat que também auxilia Red através do intercomunicador.

É a bordo da nave espacial que começamos por descobrir Red Savarin, encarregue de penetrar numa fortaleza voadora chamada Hindenburg para resgatar um precioso objecto. Na fuga, Red apercebeu-se de um choque enorme que precipitou o despenhamento da Hindenburg. Esse acidente fora causado por uma estátua gigante, cuja presença naquele instante não se fazia prever. Porém, antes de abandonar o aparelho, Red encontrou uma misteriosa Felineko em dificuldades. Resgatando-a para a Asmodeus, Elh será outra companheira de viagem e peça-chave neste argumento que se desenvolve por um grande número de capítulos.

Visto como um todo, Solatorobo é um jogo muito especial, com uma atenção dada ao pormenor, especialmente na construção dos cenários. Cada ilha é composta por um conjunto de áreas ligadas entre si e que o jogador pode explorar como bem entender, interagindo com npc's para obter informações, recolher pistas e até desenvolver "quests" integrantes no argumento ou secundárias, neste caso para aumentar o "ranking" e subir o nível de experiência.