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Dungeon Siege III

Labirintos de pancadaria.

Todos sabemos que Jogos deste género se concentram sempre num aspeto em particular, o loot. Peças de equipamento, amuletos, armas, sacos, anéis, enfim, tudo o que permita aumentar as nossas estatísticas e assim amplificar o nosso poder de destruição. Neste particular Dungeon Siege III não dececiona, oferecendo uma verdadeira montanha de recompensas, geradas de forma aleatórias em cada monstro que destruímos. Perdi a conta das vezes em que pura e simplesmente não conseguia apanhar mais objetos, por ter os sacos cheios de todo tipo de coisas. Neste caso o espaço disponível não é pouco, os objetos é que são tantos, que a gestão do nosso inventário se torna quase uma obsessão.

O combate funciona num sistema aparentemente complexo, mas depois de nos habituarmos, revela-se bastante simples e satisfatório. Não gosto de atirar números para o ar, mas arrisco dizer que pelo menos 80% do tempo em Dungeon Siege III é passado a lutar contra séries de monstros indignados. A acção neste aspecto é bastante fluida, ao ponto de ter perdido várias vezes a noção do tempo enquanto o jogo atirava combate para cima do meu poderoso feiticeiro. O sistema de posturas (stances) oferece alguma profundidade ao combate de estilo hack and slash. Claro que varia dependendo da personagem que escolhemos, mas basicamente uma postura é utilizada para o combate com um único adversário, enquanto a outra para grupos de vários inimigos (também conhecido por AOE).

Os efeitos de luz são notórios durante as batalhas.

O resto do tempo em que não estamos em combate, nem a tratar do nosso gigante inventário, passamos a recolher quests e a conversar com os principais personagens do jogo. Dungeon Siege III oferece um pequeno sistema de escolha/consequência, chamo-lhe pequeno porque podemos simplesmente ignorar a maior parte destes diálogos, já que a única consequência que advém das nossas escolhas, é o nível de influência que ganhamos com as personagens. Este sistema não apresenta nada que afete de forma profunda o gameplay, podemos simplesmente escolher logo a opção "sim eu ajudo-te a fazer o que quiseres", e continuaremos a progredir na aventura. O sistema foi adotado de forma algo pobre, mas o objetivo dos produtores parece ter ido mais na direção de dar conhecimento dos pormenores da história a quem estiver interessado, do que obrigar os jogadores a fazer escolhas que afetarão profundamente o destino da jornada.

A jogar em modo de dificuldade normal, nunca me senti em sério perigo, a ação é sempre bastante linear, e se nos sentirmos perdidos, o jogo inclui um "quest tracker" para indicar qual a direção de determinado objetivo. Claro que existem muitas situações que obrigam a atenção redobrada, muitas vezes até a fugas de emergência para recuperar um pouco de vida com um feitiço de cura, mas assim que decidi começar a fazer todas as quests (incluindo as opcionais), fiquei sempre com a sensação que estava demasiado poderoso para aquela determinada altura do jogo. Dungeon Siege III também disponibiliza várias boss fights (lutas contra bosses), muitos deles opcionais, mas com uma boa variedade de estratégias e dificuldades. Lembro-me de um boss em particular que me obrigou a dez minutos de luta sempre em movimento.

Um dos aspetos que mais gostei em Dungeon Siege III foi o sistema de proficiencies, um método utilizado para o progresso das habilidades da nossa personagem. Cada vez que subimos um nível podemos gastar pontos para melhorar os nossos feitiços neste sistema. A parte interessante é que temos a possibilidade de escolher entre duas formas diferentes de os aperfeiçoar, por exemplo, podemos escolher aumentar o dano que um escudo mágico é capaz de absorver, ou por outro lado, atribuir ao escudo a capacidade de infligir dano a quem nos atacar enquanto temos o escudo ativo. Para além disso, esporadicamente vamos tendo acesso a novas habilidades que podemos depois melhorar.

Exemplo da janela de proficiencies.

O aspeto gráfico não é o forte de Dungeon Siege III, mas também, não o era nos títulos anteriores da série. Os efeitos de luz das habilidades são espetaculares, mas as texturas dos cenários estão longe daquilo que esta geração já demonstrou. Já a estética cumpre a função de um RPG Hack and Slash, pouca cor, um estilo negro, como já disse com tons que variam entre o cinzento e o castanho.

A música durante o jogo passa despercebida, mas destaca-se com grande emotividade durante as cut-scenes. Já as vozes das diferentes personagens que vamos conhecendo durante o jogo, apesar de não serem más, são algo vazias. É difícil distinguir as personagens pelas vozes, e pior que isso, encaram sempre as nossas escolhas nos diálogos com indiferença, sempre no mesmo tom.

Se Dungeon Siege III provou alguma coisa, foi que os RPG isométricos de estilo Hack and Slash não estão mortos, e também não precisam de se chamar Diablo para serem divertidos. Existem várias mudanças necessárias para incluir esta série nas consolas, mas de um modo geral a Obsidian fez um bom trabalho. Contava com mais em relação à narrativa, afinal, estes são os tipos por trás de Fallout: New Vegas, mas na verdade isso não é o que importa neste género. O jogo acaba por prender o jogador com uma ação quase permanente, é algo curto, mas tem um replay value muito bom graças às quatro personagens bastante diferentes, e que ficarão com vontade de experimentar.

8 / 10

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