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The Witcher 2: Assassins of Kings

Perto da perfeição.

Ironicamente à medida avançamos no jogo e fomos gastando os nossos pontos de talentos o jogo foi ficando mais fácil. É certo que nunca deixou de ser exigente, mas ainda assim longe da loucura de dificuldade da primeira parte. Claro que é normal num RPG o protagonista ir ficando mais forte à medida que vai subindo de nível, ainda assim, vou continuar na dúvida se os produtores quiseram fazer a parte inicial especialmente difícil para educar os jogadores a utilizar todas as armas ao seu dispor, ou se foi apenas mau design da curva de dificuldade.

A interface ainda ajuda a complicar mais a aprendizagem, já temos que prestar atenção a demasiadas coisas ao mesmo tempo. O nosso Target atual, a barra de vigor, a barra de vida, os buffs e debuffs, o spell equipado, os itens equipados, tudo isto ao mesmo tempo que prestamos atenção aos nossos golpes. Acreditem, não é fácil de dominar antes de umas boas horas, e muitas mortes. Depois de nos habituarmos definitivamente ao combate e ganharmos alguns níveis, as cenas de ação tornam-se extremamente gratificantes. Utilizar o escudo mágico (Quen) antes de saltar para o combate é extremamente importante, depois podemos lançar uma bomba, imobilizar ou controlar a mente de um adversário mais forte, e saltar com a nossa espada desferindo golpes rápidos (clique no botão esquerdo), alternados com golpes mais poderosos (clique no botão direito) até sairmos vitoriosos.

Grelha de habilidades onde podemos gastar os pontos de talentos.

Apesar do objetivo do jogo parecer bastante óbvio até então, provar a inocência de Geralt, e capturar o verdadeiro assassino do Rei Foltest. Mais tarde a linha narrativa do jogo desenvolve-se através de uma série de intrigas tanto a nível pessoal como político, muito para além do assassínio do Rei. As ações de Geralt não servem apenas para chegar mais perto da verdade acerca dos eventos do jogo, como permitem a Geralt conhecer mais sobre ele mesmo à medida que recupera a memória. Os aliados e inimigos que vamos fazendo durante a nossa jornada alteram de forma dramática os acontecimentos. Logo no final do primeiro ato por exemplo, temos a opção de assistir Iorveth ou Roche, mediante a nossa escolha os eventos do segundo ato mudam drasticamente. Os diálogos que escolhemos têm uma influência direta na história e na forma como interagimos com os NPCs durante o jogo. Mesmo os eventos menores das quests opcionais têm repercussões mais tarde na aventura, deixando o futuro totalmente dependente das nossas decisões. Podemos escolher a típica via pacifica versus via agressiva. Podemos completar quests de uma forma mais silenciosa (stealth) ou pelo contrário de um modo mais "afirmativo".

Algo que The Witcher 2 consegue proporcionar de forma brilhante, e que vários jogos do mesmo género falharam no passado, é a completa ausência de moralidade nas escolhas que propõe, ou seja, o jogo faz tudo para não distinguir uma boa decisão de uma má decisão. Por vezes a ambiguidade das opções obrigam o jogador a escolher aquela que entendem ser a opção "menos má", por exemplo, imaginem ter que escolher entre se aliarem a um grupo de criminosos que passavam a vida a tentar matar-vos, ou um grupo de idiotas que insistiam em vos insultar. Ou imaginem ajudar uma pobre mulher indigente, para depois descobrir que a única forma de ela pagar o favor de volta é com o próprio corpo. O que existe de genial nestas decisões ambíguas, é que a certa altura damos por nós a julgar não aquilo que será a melhor opção segundo as regras do jogo, mas antes a julgar a nossa própria posição pessoal, lembrem-se apenas disto, o jogo fará tudo para que sejam responsabilizados pelas vossas escolhas. Um pequeno aparte, adoro quando um jogo me faz parar para olhar para dentro, talvez um dia possa explicar a diferença entre escolhas e cálculos nos videojogos, por vezes confundem-se, mas são coisas muito diferentes.

Menos um!

O mundo do jogo continua fiel à serie, num tom negro e maduro, mas estranhamente autêntico. Uma terra de monstros, criaturas sobrenaturais e magia, mas que consegue distinguir-se do tipo de personagem estereótipo que costuma aparecer neste tipo de mundos de fantasia. Por exemplo os Elfos e Anões são alvo de um forte racismo por parte dos humanos. Por vezes os próprios supostos heróis são indivíduos sexistas, alcoólicos e arrogantes. As pessoas comuns vivem as suas vidas carregadas pelo medo e incerteza. Grupos livres de escrúpulos lutam pelo extermínio de outros, e pelo controle do poder. Os líderes, que aparentemente são mais "normais", frequentemente escondem segredos mais sombrios que o pior dos inimigos. Mesmo o nosso herói Geralt e os seus companheiros estão longe de ser os "bons da fita", no final de contas ninguém quer jogar The Witcher 2 com uma espécie de super-homem, exemplo de integridade.

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The Witcher 2: Assassins of Kings

Xbox 360, PC

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Sobre o Autor
Aníbal Gonçalves avatar

Aníbal Gonçalves

Redator

MMOs e RPG são com o Aníbal. Aliás existe um rumor na redação que a sua primeira casa é o World of Warcraft. Mas às vezes também o vemos a fazer uns exercícios. Não é mau de todo.
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