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Warriors: Legends of Troy

Desafio à vontade dos deuses.

Apesar de imponentes e alargados, os campos de batalha e arenas não contam com grande definição. Normalmente aldeias, mas também cidades, a riqueza visual não é um dos atributos que se possa salientar nesta demanda. Os locais de combate são por vezes demasiado semelhantes e não proporcionam uma riqueza visual, com mediana construção no jogo de luz e cor. As tropas inimigas e todos os soldados que combatem ao nosso lado também não se apresentam devidamente diferenciadas e no choque entre tropas ficamos por vezes com alguma dificuldade em saber quem estamos a atacar. Saúda-se, porém, a impossibilidade de abater os nossos camaradas de combate já que de outra forma seria seria penoso abater os nossos colegas.

O sistema de combate continua a premiar a execução de várias combinações e conclusões de movimentos com golpes identificados já dentro de uma perspetiva cinematográfica, ou seja, por via dos "quick time events". Desta vez o gozo dos produtores, levou-os a não ter qualquer pudor no momento da estocada final, quando um adversário é decepado, jorrando impressionantes doses de sangue e vazado para ser depois arremessado contra os restantes inimigos. É uma tendência "gore" que se repete no jogo, tradutora da brutalidade das guerra. De um modo geral há diferentes combinações que podem ser exploradas e surtir diferentes efeitos consoante as características do golpe

Por outro lado, cada personagem desenvolve os seus atributos e características, em função de um sistema de progressão que permite trocar unidades monetárias por objetos que uma vez colocados na personagem garantem poderes especiais, mais resistência, melhor ataque, enfim, um conjunto de domínios que equilibram o poder da vossa personagem com a dificuldade que se desenvolve à medida que progridem. Transversal aos lutadores estão outras hipóteses como fazer "stab" com escudo para deixar o adversário desprotegido e à mercê de um golpe definitivo ativado por uma espécie de "quick time event". Estes momentos adquirem maior relevância nas "boss fights". Trata-se de combates organizados dentro de uma roda de soldados e dos quais só um sairá com vida. Nem sempre esses combates se concluem com a morte efetiva do adversário através de uma estocada final.

Outro trunfo à disposição dos guerreiros é a possibilidade de ficarem enfurecidos, como se entrassem em "rage mode", desbravando pancadas no adversário com toda a força, deixando-o atónito e retirando-lhe imensa vida, embora o adversário possa usar o mesmo estratagema. Esta é uma função particularmente útil nos momentos de maior fluxo de inimigos ou até nas "boss fights", permitindo ao nosso lutador ganhar alguma distância, capacidade de manobra, ou, se quiser, colocar um ponto final na batalha

Os despojos de guerra podem ser recuperados, nomeadamente espadas, lanças, entre outras armas que estejam espalhadas pelo terreno. Além disso, o jogador sai premiado com a atribuição de Kleos quando ataca e mantém uma tendência para matar inimigos sem sofrer lesões. Quanto mais tempo aguentar a fasquia melhor pontuação irá receber, assim como serão atribuídos bónus se forem completadas com sucesso uma série de missões secundárias, ainda que para estas exista um tempo limite para as completar, como resgatar aliados, operar uma escolta, impedir que determinados aldeãos sejam abatidos.

No entanto e para lá da simples e básica caracterização dos cenários, o ritmo do jogo dificilmente promove atractivos que não estejam contidos em assaltos a batalhões de adversários. O repisar constante do esquema torna-se rotina ao fim de alguns capítulos e só a boa qualidade do argumento justifica razões suficientes para que se avance pela demanda. De um modo geral o risco em inovar foi escasso e os poucos motivos para continuar relacionam-se com o argumento e pela forma como o jogador é convocado a penetrar nos dois exércitos como se fosse um repórter enviado para o campo de batalha cuja missão é precisamente descrever as motivações dos dois lados da batalha.

Há um pequeno extra a reter. À medida que avançam na guerra irão desbloquear "challenges", uma competição de regras variáveis onde as personagens terão de combater com rivais dentro de uma arena ou cenário de capítulos percorridos, devendo enfrentar "hordas" de adversários até perder a vida ou então aguentar o mais que puderem apenas com uma réstia de vida no indicador. Trata-se de um conjunto de modos que podem ser explorados para lá da campanha. Contudo, este jogo não oferece qualquer possibilidade para jogar em rede ou através do "multiplayer" local.

Warriors: Legens of Troy é uma boa alternativa a Dinasty Warriors, embora no que diga respeito ao "gameplay" não arrisque grandes novidades. Se a influência da obra de Homero, a Ilíada, serviu para encontrar um argumento épico, verdadeiramente envolvente, capaz de proporcionar no terreno confrontos mais violentos e plenos de efeitos escolhidos para piscar o olho à audiência ocidental, ao mesmo tempo que é o elemento mais fascinante do jogo, a verdade é que o repisar permanente de um velho sistema de combate já não colhe do mesmo entusiasmo. Os devotos do "hack'n slash" devem apostar, ainda que não encontrem nada de novo ao que a Tecmo Koei tem vindo a fazer há imenso tempo.

6 / 10

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In this article

Warriors: Legends of Troy

PS3, Xbox 360

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Sobre o Autor
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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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