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SOCOM: Special Forces

Nathan Drake chega à tropa.

Para além das zonas mais de ação ainda temos zonas furtivas, onde não podemos ser vistos. Estas missões de infiltração são sempre de noite, e com a "Quarenta e cinco". Aqui temos uma barra lateral onde mostra o nosso grau de invisibilidade. Por isso teremos que fazer uso das sombras, de andar devagar e atacar os inimigos pela calada, ou de longe com a sniper. No fundo temos a "Quarenta e cinco" para os trabalhos de infiltração e Cullen o homem da ação. No início estas missões parecem interessantes, mas passado duas missões, tudo se resume à mesma coisa. Entrar, ativar alguma coisa e sair. Não é nada de horrendo, mas não traz novidade nenhuma ao género nem adiciona nada do esperado ao enredo.

Nestas missões de infiltração é onde existe a maior frustração do jogo. Tive que muitas vezes reiniciar o jogo pois quando começava um determinado nível, ainda nem tinha andado e já estava a ser descoberto. Ou muitas vezes, sem qualquer razão aparente, em sombra, com o nível de deteção de movimento no mínimo um soldado alertava para a minha presença, embora estando longe.

Apesar de ser um jogo linear, teremos sempre algumas variações por onde atacar. O armamento é o que não faltará. Para além do que trazemos connosco no início da missão, ainda podemos apanhar pelo caminho as armas e munições dos inimigos, bem como recarregar as atuais em caixotes de armamento. Existe também a possibilidade de subir o nível de cada arma, e apesar de isso estar presente não vi qualquer tipo de resultado prático dentro de cada categoria. Mudando de arma iremos claro notar diferença, mas dentro de cada atualização, tudo parece cingir-se a questões visuais, do algo como com ou sem mira telescópica, ou pelo menos mais espaço para balas.

Apesar dos nossos amigos não primarem por uma IA requintada, cumprem muito bem com o objetivo. O maior problema está quando dizemos para irem para algum lado, eles cumprirão com a ordem, mas mantêm-se no mesmo local, mesmo sabendo que estão a levar com chumbo por todos os lados. No calor da ação teremos que os chamar até nós. Como os soldados não morrem, pelo menos nunca acabaram por morrer definitivamente, pois podemos os curar, muitas vezes usei-os como carne para canhão. Fieis como um bom cão, cumprem até à morte as ordens.

O enredo do jogo é extremamente previsível, sem qualquer tipo de nuance ou algo que nos surpreenda. Apesar desta falta de inspiração, o guião está bem conseguido, sendo que as conversas nas cut-scenes revelam algum cuidado, e são no mínimo credíveis. De salientar que o jogo usa e abusa de palavrões, e isto no bom português. Se em Uncharted a palavra "merda" era proferida de forma constante, aqui iremos ouvir bem mais que isso. Bem mais... tais como a dita pela "Quarenta cinco", Seu filho da #%$#".

É evidente a tentativa por parte da Zipper Interactive de agradar um maior público. Apesar de ser um jogo que cumpre como um todo, não deixa de ser algo estranho esta ausência de um sentido tático mais profundo, principalmente no uso da jogabilidade e armas. Não existe por exemplo qualquer tipo de jogabilidade com veículos, tudo se resume a andar em frente e disparar contra tudo que se mexe. Existem de forma pautada alguns "bosses/vagas" mais complicadas, mas nada de grave. O final esperava-se mais interessante e não tão seco.

Mas SOCOM: Special Forces não é só o modo campanha, que já agora demora cerca de 8 horas a ser cumprida na sua totalidade. O modo multijogador é uma grande parte do jogo. Mas, tal como acontece no modo campanha, onde existe uma associação com Uncharted, mas nunca o sendo, aqui a ligação é de imediata com M.A.G. O motor de jogo é o mesmo de M.A.G. embora no modo campanha profundamente melhorado.

O modo online continua a ser de certa forma algo confuso. M.A.G tinha essa particularidade, não sabendo muitas vez o que fazer. Não existe uma forte ligação de ajuda e de recuperação dos postos de controlo. Muitas vezes a sensação é a de "Todos ao molho e fé em deus". Uma das principais razões é o tamanho de cada mapa e diversas zonas onde podermos percorrer ou efetuar o respawn". Claro que não estamos a falar dos imensos jogadores num só local como em M.A.G., mas os 32 permitidos dão bem conta do recado para o molho.

Não esquecer que o jogo também poderá ser jogado em modo cooperativo, até cinco jogadores, em missões personalizadas. Iremos poder participar em jogos nos modos "Takedown" e "Espionage". Aqui a IA é a nossa, ou dos nossos companheiros, por isso esperem berrar muito por ajuda ou no mínimo quando os colegas não cumprem com as táticas previamente acordadas. No modos competitivos temos o Uplink, Last Defense, Supression e o novo Bomb Squad, todos eles configuráveis em termos de tempo, rondas, mapas, e ainda a possibilidade de podermos ligar e desligar o modo proteção, que está de volta à serie SOCOM.

SOCOM: Special Forces é um jogo que poderá provocar alguma desilusão aos mais clássicos, mas cativar aqueles que queiram um jogo mais de ação e espetáculo. A grande questão será se a Sony conseguirá passar essa imagem do jogo, pois muitos poderão colocar de lado a sua compra pensando em pressupostos que não correspondem à realidade, camuflados pelo nome do jogo. A compatibilidade com o Move é bem vinda, conferindo uma forma mais calma de se jogar, bem como a possibilidade de usar a nova Sharp Shooter, a qual foi produzida também com a ajuda da Zipper Interactive.

7 / 10

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Jorge Soares

EG.pt Master of Puppets

Sempre ocupado e cheio de trabalho, é ele quem comanda e gere a Eurogamer Portugal. Queixa-se que raramente arranja tempo para jogar, mas quando está mesmo interessado num jogo, lá consegue arranjar uns minutos. Tem mau perder e arranja sempre alguma desculpa para a sua derrota, mas no fundo, é o que todos fazemos.

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