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Stacking

Capaz de fazer estalar o verniz.

Se há empresas que não podem deixar de ser estimadas por contraponto às fabricantes que preservam uma menor propensão para o risco, a Double Fine é uma delas. Liderada por Tim Shafer, produtor dado a excentricidades mas capaz de promover aventuras eivadas de consistência, carisma, acessibilidade e desafio, a sua fábrica de sonhos concretizados acabou de produzir Stacking, uma aventura completamente acima da média. Não seria irónico se jogos bem conseguidos e altamente originais, como Brutal Legend, Psychonauts e Costum Quest não traduzissem resultados pálidos quando confrontados com os números de vendas, dados que, apesar das circunstâncias, não parecem incomodar minimamente Shafer, muito menos, levá-lo a mudar uma vírgula no seu discurso. Esperemos que não desista e se mantenha por muito tempo.

Porque esta é, sem dúvida, uma das obras mais admiráveis, embora os desafios propostos, despidos da forma e da caracterização muito peculiares, não se distanciem sobremaneira de outros jogos que tocam no selo da aventura. Na verdade, o seu particular encanto começa na compreensão das famosas bonecas russas chamadas Matryoshkas. Estas são pequenas bonecas de madeira abertas ao meio, sendo que a maior alberga dentro de si a boneca imediatamente menor e assim sucessivamente, até se cumprir o procedimento com a mais pequena. É variável o número de bonecas que se pode transportar dentro de uma maior e a impressão que fica deste jogo é que pouco escapou à atenção da equipa da Double Fine.

Espalhar o caos no safari.

Stacking proporciona um mundo vivo de Matryoshkas, podendo equiparar-se a outros baseados em modelos de bonecos específicos, como sucede com o Lego, sendo que nesta obra, a concretização do argumento, espaço e relacionamento entre personagens (as bonecas) traduz maior criatividade e originalidade. A narrativa é outro elemento fundamental. Bem conseguida e polvilhada de humor, muito por força do relacionamento entre bonecas, que não têm voz (só emitem alguns ruídos de contentamento ou insatisfação, é variável), mas são capazes de estabelecerem diálogo. Porém, a relação é intensificada através de expressões corporais ou sonoras, do mais simples aperto de mão, ao toque de uma corneta, passando por atirar bananas para uma pista oval onde decorre uma corrida de cães com 24 horas de duração. Levaria muito longe descrever a variedade de comportamentos programados para cada boneca.

Em termos de objectivos e progressão, Stacking não é muito diferente de outras aventuras. O jogador vai controlar Charlie Blackmore, o membro mais novo de uma família que logo no começo é raptada por um maquiavélico Barão. Charlie é uma Matryoshka da categoria mais pequena, que parte numa demanda para libertar os seus familiares, vendo-se envolvido numa série de situações e puzzles que terá de resolver para seguir em frente. Para tal, terá de explorar o cenário, encaixando nas bonecas de número maior seguinte (só o pode fazer aproximando-se por detrás e se a boneca for compatível, um pequeno relevo de luz emanará da mesma), realizando depois as acções que as mesmas permitem.

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Stacking

PS3, Xbox 360, PC

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Sobre o Autor
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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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