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Professor Layton And The Lost Future

Dinamite cerebral!

A curiosidade é permanentemente recrutada por Layton e Luke, aptos para extrair ilações e dados relevantes a partir de qualquer ponto do cenário atingido pela caneta. E será mais um começo para resolver um puzzle. Admite-se que muitos deles escapam ao rumo e fio da narrativa, ainda que temáticas relacionadas com o decurso do tempo e relógios, por exemplo, se insiram no encadeamento do argumento e dos mistérios. Outras vezes é simplesmente Latyon que se lembra de um enigma e resolve propô-lo ao aprendiz. E tanto pode ser o professor a lançar novos desafios como outras personagens, envoltas numa situação complexa, colocam desafios suplementares. Os londrinos partilham o sobressalto. Muitas destas propostas atingem um grau de dificuldade elevado, pelo que felizmente, o resultado final, não condiciona a progressão na aventura. Mas alguns quebra-cabeças imprescindíveis à evolução na narrativa irão obrigar o jogador a gastar moedas de dicas para recolher alguns dados que ajudem a situar o jogador na solução do problema.

E assim chegamos ao ponto mais apaixonante de Lost Future; o âmbito dos puzzles. Um vasto compêndio de propostas desafiantes cuja maior virtude é mesmo incitar o raciocínio lógico mas também o pensamento abstracto. Alguns desafios embarcam nas fórmulas mais tradicionais como unir pontos, encaixar peças e fazer operações matemáticas sem grande complexidade. Outros puzzles implicam distanciamento, capacidade de memória e obrigam o jogador a proceder a diferentes leituras, como que a ler nas entrelinhas e enquadrar de outro modo o problema; no fundo, interpretá-lo. Decifrar a resposta certa, pode, nalguns casos, ser uma questão que fica de um dia para o outro, capaz até de irritar. Algo que ecoa permanentemente enquanto não se passar ao próximo.

A utilização do inglês normalmente não será obstáculo para quem dominar de forma fluente o inglês. Menos do que isso e poderá implicar dificuldades. Todavia, os enunciados tendem a ser sucintos e claros, na medida do possível, para deixar o jogador com os dados necessários para reflectir. A música de fundo, repetitiva, poderá interferir no processo de reflexão, sendo conveniente reduzir o volume de som. Já o universo musical composto para lá dos puzzles convive bem com o argumento

Cada resposta certa, à primeira tentativa, liberta o máximo de picarats previstos para o puzzle.

No respeitante à resolução dos quebra-cabeças, para cada um há sempre um máximo de quatro dicas para activar. A solução nunca é revelada, apenas se alivia parte da dificuldade, facilitando a compreensão do problema. Cada pista consome uma moeda de dica e a última, a super pista, consome 2 moedas. A escassez destas moedas, quando faltar a tendência para explorar os cenários, pedirá mais à capacidade de pensamento e raciocínio, até porque apesar de alguns quebra-cabeças inicialmente se afigurarem complexos, poderão ser resolvidos com concentração e sem necessidade de recorrer às dicas.

Porém, nem só dos puzzles e enigmas integrados na história se faz Lost Future. Ao arrepio das edições anteriores, a mala de Layton conserva material indispensável para manter ao corrente a progressão, através dos mistérios por concluir, como é também uma ponte para três géneros de mini-jogos que voltam a implicar raciocínios para os completar. Todos com uma dificuldade crescente. Assim, e a partir do baú do professor poderão aceder ao carro de brincar, devendo conduzir o veículo até ao destino, sem sofrer qualquer acidente, tendo apenas como recurso uma série de sinais de viragem. O papagaio irá efectuar entregas a partir de vários poleiros e o livro de imagens, no qual terão de colocar uma série de gravuras dentro de um contexto específico.

Sendo este um jogo de progressão individual, facilmente capta a atenção de demais pessoas que estejam perto, numa inclinação para pensamento partilhado e trabalho em comum para lograr a solução. Basta enunciar o problema e outras dicas ficarão de pé. A experiência de Lost Future pode por isso espalhar-se por uma sala ou por quem esteja próximo da máquina de ecrã duplo.

A carta misteriosa que chega às mãos de Layton é o prelúdio para explorar ainda mais o passado do famoso professor, que em momento algum dispensa o uso da preciosa cartola. O néctar do jogo permanece na construção dos quebra-cabeças, mais de centena e meia de desafios para dar resposta. Porém, é na associação das partes, ou seja, do argumento minucioso e de tom elevado, à construção do universo para explorar, tendo por base protagonistas que espicaçam o selo da curiosidade, que Professor Layton and The Lost Future consegue surpreender, novamente, pela fortíssima coesão.

9 / 10

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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