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Shank

Shank! Em nome da vingança!

Se Beatrix Kiddo tivesse pelo na benta seria, muito provavelmente, um homem chamado Shank. Tal como a protagonista nos dois filmes de Quentin Tarantino, Shank é uma personagem que perdeu tudo o que mais amava ao ser alvo de uma brutal emboscada por parte daqueles que considerava como companheiros. Esse foi o primeiro erro que eles cometeram. Isto porque apenas conseguiram enfurecer um homem com o qual não deveriam ter brincado. Esse homem é Shank, nome tanto do protagonista como do jogo. Shank é um produto feito pelo estúdio Klei Entertainment e cedo se destacou no radar de lançamentos principalmente devido ao seu aspecto visual e ao estilo do jogo.

Nesta espécie de Streets of Rage da era moderna, Shank leva-nos ao longo de uma jornada carregada de violência e cujo único intuito é a cruel vingança, prestes a ser servida muito fria. Como referido, é quase impossível não pensar na obra cinematográfica Kill Bill, e até em Machete de Robert Rodriguez, pois também aqui temos todo um jogo de violência, estilo e irreverência protagonizado por figuras de personalidade bem vincada e aparências no mínimo invulgares. Apesar de ser um jogo destinado a serviços para os quais tradicionalmente se criam títulos descomprometidos e "leves", Shank consegue apresentar-se uns pontos acima da maioria neste aspecto e é um dos maiores pontos em seu favor.

Machete: The Videogame?.

Para conhecer toda a história e conhecer a vingança de Shank, o jogador vai entrar num mundo que é na sua maioria percorrido na horizontal, quase sempre da esquerda para a direita. A acção predomina e ocasionalmente temos breves secções nas quais temos que subir pelos cenários mas são tão escassas e repetitivas entre si que cedo perdem o interesse que provavelmente nunca chegaram a ganhar. Este é o grande ponto em Shank que faz com que toda a experiência desça consideravelmente de qualidade.

Shank é muito repetitivo nos seus processos e nada faz para variar a experiência e nos momentos em que tenta algo diferente, nunca consegue ostentar um brilho minimamente necessário para se tornar realmente satisfatório. Shank tem várias armas diferentes e alguns golpes especiais à sua disposição, como um ataque no qual salta para cima dos inimigos e os ataca, especialmente útil para cobrir rapidamente grandes distâncias. Com um ataque rápido, um ataque pesado e mais forte, e ainda um ataque com armas de fogo, o jogador é convidado a variar o uso das diversas armas que vai ganhando para cada um dos ataques (não são muitas, até bem poucas na verdade) não só de forma a brilhar visualmente como a atacar eficiente os diversos tipos de inimigos com vulnerabilidades distintas.

É este o elemento que caracteriza a jogabilidade de Shank, o ligeiro nível de profundidade que tem e que não se força perante o jogador mas que se faz convidado e interessante caso este pretenda tentar a sua sorte com uma das duas possibilidades existentes para o aumento da longevidade, o modo de dificuldade Hard. Este modo não contém quaisquer checkpoints e os inimigos são mais duros, é uma prova de destreza que serve como único interesse adicional para os solitários que querem tirar mais deste furioso pressionar de botões.

Vamos os dois para o local?

Precisamente onde entra outra das debilidades de Shank. Nos dias de hoje, a presença de funcionalidades online é de grande importância e Shank perde uma fenomenal oportunidade de se destacar ao optar por manter o modo cooperativo apenas offline. Quando este modo tem ainda uma história própria, oferece boa diversão dentro da experiência de jogo, e é a única verdadeira alternativa aos que terminaram a campanha e não tem qualquer vontade em testar o modo mais difícil, a experiência geral sai ainda mais magoada.

No entanto Shank é um jogo pelo qual não se tem qualquer prazer em odiar, pelo contrário, quase que existe uma vontade de forçosamente querer gostar. Muito devido ao design e estilo visual que nos remete para tons de banda desenhada, mas se o motor visual é de admirar, já a construção de níveis deixa bastante a desejar. Percorrer níveis que a meio se começam a repetir entre si e cujos pontos interessantes e de referência perdem o valor devido ao uso abusado e repetido dos mesmos é um pouco desanimador. Certo que estamos perante um jogo de baixo custo que não tem que cumprir com exigências atribuídas a um jogo de preço completo mas não deixa de ser mais um elemento que o impede de se destacar, especialmente porque deixa a entender que poderia ser evitado ou contornado.

Shank poderia ter-se tornado num clássico instantâneo mas as suas falhas tornam-no simplesmente em mais um entre outros que se destaca apenas pelo visual interessante. A duração é relativamente curta e a ausência do cooperativo online é o golpe final que estraga irremediavelmente uma experiência que poderia ter sido muito mais e muito melhor, e bem menos repetitiva.

Shank está disponível nos serviços PlayStation Network e Xbox Live por 14.99 euros e 1200 Pontos Microsoft, respectivamente.

6 / 10

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In this article

Shank

PS3, Xbox 360, PC

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Sobre o Autor
Bruno Galvão avatar

Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.
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