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Lara Croft and the Guardian of Light

Uma questão de perspectiva.

Alguns vão achar que este Guardian of Light está menos difícil do que as aventuras regulares da protagonista. Em parte isso poderá ser verdade, mas também sucede que os produtores foram lúcidos ao terem encontrado um meio termo à medida que vão entrando novos e mais perigosos adversários. É sempre interessante montar uma bomba, dar dois passos para fora da zona de perigo e observar os adversários a desfazerem-se em bocados. Mesmo para os ataques mais perigosos podem fazer pequenos movimentos de evasão enquanto mantêm premido o gatilho de disparo. Depois e utilizando as vantagens proporcionadas pelos “relics” e por outras velharias imemoriais terão à disposição uma espécie de “power ups” que atribuem mais capacidade de fogo quando ficam invencíveis ao fim de algum tempo. Lara como que fica transformada num Rambo.

Não sirva isto, porém, para vos inculcar a ideia que deste jogo apenas sobram áreas e áreas onde a acção impera. Por vezes toma controlo alguma rotina e repetição neste processo, e nem existe aqui “respawn” infinito de inimigos, apenas se nota que voltar atrás para devolver um objecto ou colocar uma esfera no sítio certo implica quase sempre um aceso confronto. Felizmente os inimigos atingem uma apreciável diversidade, consoante as áreas, sendo alguns deles bastante horrendos. Haverá tempo, inclusive, para voltar a combater o velho T-Rex, ainda que o processo de abate seja muito diferente daquele dado a conhecer em Tomb Raider. De todo o modo, os níveis oferecem um bom compromisso, longos, mas sempre bem equilibrados entre tempo gasto a combater, explorar (encontrar objectos e resolver muitos desafios) e resolver quebra-cabeças.

Nem a perspectiva isométrica, que a princípio terá deixado muitos fãs na dúvida sobre se dessa forma os produtores conseguiriam dar a volta ao esquema sem perder pelo caminho os atributos que tendem a marcar os jogos clássicos da série, implica uma diminuição ou limitação na construção dos cenários. Aliás, o aproveitamento feito pela Crystal Dynamics revela que houve dedicação e esforço para criar cenários distintos e convincentes, com labor, muitos detalhes, zonas de acesso inferior e superior onde salas escondem tesouros e pormenores colhem de surpresa. Assim que começarem a percorrer catacumbas e zonas interiores, até labirintos e mapas exteriores, de muitos templos Incas, darão conta desse esforço, em incluir muito daquilo que é “trademark” na série. O trabalho é notável e supera praticamente tudo o que é cenários para acção e exploração sob a perspectiva isométrica dentro da oferta para o XBLA.

Lara não irá largar a corda, pois não?

As “leaderboards” têm um espaço de referência, agregando tempos despendidos em cada segmento e pontuações máximas. Infelizmente, por enquanto o jogo não permite que a aventura seja passada até ao final com mais outro colega em “co-op” via online. Se optarem por passar o jogo com mais alguém ao vosso lado terão como parceiro de aventura a personagem Totec, um nativo que utiliza um escudo para se defender. Juntos, Lara e Totec proporcionam um esquema de progressão bem distinto do utilizado em “singleplayer”; cada um tem uma habilidade para ajudar e salvar o colega em situações de aperto. Assim, com a ajuda de Totec, Lara pode subir para cima do escudo e saltar mais alto, mas também poderá utilizar o gancho para o socorrer e segurar se porventura e num acto menos reflectido o vosso colega cair em direcção à profundidade. Por outro lado Totec pode servir-se desse mesmo gancho para trepar até zonas superiores. Um verdadeiro trabalho de equipa.

Guardian of Light é um valor seguro nas aventuras do fim-do-mundo que habitualmente nos traz Lara Croft. Uma notável aventura, de boa duração; tempo gasto variável, consoante se dediquem à exploração ou sejam desembaraçados no percurso até à meta. O arco narrativo, por contraponto não dispara como noutros episódios, ainda que algumas cenas animadas mantenham o jogador preso e por dentro do espaço que percorre, com pontos altos e climax a reter. No entanto, o que é marcante neste jogo e encorajador no fluir da aventura é simplesmente o prazer de passar e desfrutar desta aventura. É um pequeno grande jogo. Tem acção, exploração, puzzles, muitos objectivos e objectos a encontrar por cenários vastos e só nos cabe rematar, acrescentando que Lara Croft continua bem protegida.

9 / 10

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Lara Croft and the Guardian of Light

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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